domingo, 3 de julho de 2011

O texto e a polícia da língua



Por Atílio Butturi Junior (UFFS/ Erechim)

O Comunica é um projeto de extensão com o objetivo de divulgar e debater assuntos da UFFS. Além disso, é um laboratório de produção textual, justamente porque seus textos são produzidos por acadêmicos - bolsistas e voluntários - e repensados com o auxílio dos professores.

Partindo desses pressupostos, o Comunica Erechim tem uma preocupação com a autoria dos textos. Autoria, aqui, não deve ser lida apenas como uma propriedade do discurso, uma certa forma de conter os sentidos a partir do nome de um sujeito. Autoria é, além dessa sujeição, uma possibilidade de relação entre o sujeito e seus escritos, que demanda responsabilidade e institui uma ética de escritura. Sob tal égide, pretendemos implicar os acadêmicos nessa ética.

O Comunica, ademais, trata da Produção Textual, que não é gramática de texto e nem gramática tradicional. Produzir textos é, certamente, dominar as estratégias discursisvas que eles exigem. No caso desse blog, isso passa por adequação à norma culta, mas não se trata apenas disso. Os textos não são amontoados de sentenças gramaticalmente "corretas". A "correção gramatical" não é a chave-mestra da textualidade. Finalmente, a própria gramática é discutível e amplamente discutida.

Isto dito, gostaríamos de convidar os leitores à participação ativa no blog, da perspectiva de uma crítica aos textos e não segundo uma polícia da língua. O texto é sempre uma posição no mundo e uma encenação. Acreditamos, ainda, que ele faz muito mais do que informar, é uma espécie de construtor de mundos. Dessa perspectiva, os textos dos acadêmicos devem ser lidos na modalidade do discurso, e não como monumentos de uma língua a ser saneada.

3 comentários:

  1. Prezado Atílio,

    Já que escrevi um comentário ao texto do Andrei, “vou no embalo” e deixo um aqui também. Subscrevo tudo o que disseste! Ou melhor, escreveste! Penso que a norma culta da língua deva ser respeitada sim, mas as pessoas devem ter em mente que a gramática serve, entre tantas outras coisas, para registrar o uso que fazemos de um idioma.

    Como escrevi, o Comunica – Erechim é um excelente veículo de divulgação da vida no campus. A coordenação do projeto deve mantê-lo tal qual está, independente dos comentários da “polícia da língua”, como colocaste, ou dos “censores” – acaso o “policiamento da língua” não é também uma modalidade de censura?

    Abraços

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  2. Thiago: obrigado pelos comentários e pelo apoio. Nós daqui, com anonimato ou não, continuaremos escrevendo e tropeçando nas crases.

    Abraço

    Atílio

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  3. Atílio,

    Crase é o de menos, desde que a boa informação seja divulgada. Anonimato é coisa de gado.

    abraços

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