terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Direitos humanos

Por Everton Trentin Zoraski (Filosofia/Erechim)

A presença de diversas autoridades, como a da reitora da Universidade Popular das Mães da Praça de Maio (Argentina), Inéz Vázquez; da representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Atahualpa Fidel Blanchet Coelho; do professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo, Edson Luis de Almeida Teles; do presidente da Comissão da Verdade da UFFS (instituída no evento), Antonio Marcos Myskiw; do reitor em exercício, Antônio Andreolli; bem como a da vereadora de Chapecó, Ângela Vitória; marcou o Seminário de Direitos Humanos realizado nas dependências do Centro de Eventos de Chapecó, no dia 28.


Composição da Mesa. Foto de Everton T. Zoraski

Em sua fala, Inês Vázques resumiu a trajetória do grupo “Mães da Praça de Maio” formado a partir da aflição de diversas mães por não saberem o paradeiro dos corpos de seus filhos vitimados pelo regime ditatorial. Ela caracterizou esse fato como “genocida”. Ressaltou, também, a situação de impunidade dos militares torturadores, o que há pouco tempo começou a ser modificada.

  
Inéz Vázquez no centro da mesa

Atahualpa Fidel Blanchet Coelho falou da semelhança entre Argentina e Brasil no que tange aos regimes ditatoriais. Ela classificou como de fundamental importância o trabalho de pesquisa sério para apurar o que realmente aconteceu durante a ditadura. Só assim, poderá haver “narrativas verdadeiramente democráticas”.

Atahualpa Fidel Blanchet Coelho

Edson Luis de Almeida Teles (Unifesp) evidenciou algumas diferenças entre os movimentos sociais que lutaram, por exemplo, pela anistia. Segundo ele, no Brasil houve apoio da população; na Argentina houve uma rejeição do modelo aprovado em forma de lei que tratava torturadores da mesma forma que militantes contra o regime. Ele defendeu a tese de uma “política do possível” praticada desde a década de 60, em que reina a ideia de reconciliação, “reconciliação de quem? Dos torturadores com os torturados?” (TELES, informação verbal)

Antonio Marcos Myskiw e Antônio Andreolli falaram do reconhecimento da verdade como um direito humano. Esses serão os próximos passos da Comissão da Verdade da UFFS. Além disso, pretendem fazer dos Direitos Humanos uma linha formativa central da instituição.

Ao final do Siminário, Andreolli (reitor da UFFS) e Inês Vázquez (reitora da Universidade Popular das Mães da Praça de Maio) assinaram um protocolo de intenções entre as duas Universidades com a finalidade de estabelecer um grupo de pesquisas na área de Direitos Humanos.


Antonio Marcos Myskiw

A vereadora Ângela Vitória, representando o Fórum em Defesa da Vida por Justiça e Democracia, contando com o apoio de dezenas de manifestantes, falou de Marcelino Chiarelo. Ela contou sobre a trajetória política dele e sobre as circunstâncias estranhas e mal apuradas que marcaram a sua morte por suposto enforcamento no dia 28/11/2011.


Angela Vitoria
Plateia

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