sexta-feira, 20 de junho de 2014

BUDA-PESTE: Entre o conceitual e o pop

Por Leonardo Prozczinski (Arquitetura e Urbanismo – UFFS)


Röyksopp, duo eletrônico norueguês, e Robyn, diva do pop sueco, lançaram Do It Again no dia 23 de maio. Pequeno apenas na sua duração (35 minutos), o mini-álbum possui cinco faixas. Mesclando o conceitual e o pop, essa colaboração entre o “Kraftwerk norueguês” e a “Madonna sueca” também rendeu uma turnê, que talvez seja o ponto principal desse lançamento, visto que Do It Again é feito para muito além dos fones de ouvido: é algo para se deixar fluir no ambiente.

Trio escandinavo: Röyksopp & Robyn.

O álbum todo transcorre como uma performance ao vivo, tendo sua abertura com Monument, faixa que tem todos os aspectos de uma introdução a algo maior, um momento de ansiedade pelo que está por vir, o que fica claro com seus quase 10 minutos que se prolongam até a chegada de Sayit. Agora, pode-se dizer que o espetáculo começou. Com a pegada eletrônica já característica do Röyksopp, o ouvinte é embalado para uma mistura de “samples” enquanto uma voz robótica, no melhor estilo anos 90, dita o ritmo da música — que fica ainda melhor quando em companhia de seu clipe. As batidas evoluem e crescem com o decorrer da faixa alternando os sons secundários, enquanto no fundo a batida se mantém a mesma até que, repentinamente, acaba.

Então surge Robyn, que até então era apenas pano de fundo para a obra do duo norueguês. Como se fosse elevada ao palco, a sueca aparece cantando a faixa título do álbum, com seu característico ritmo de balada, uma batida mais envolvente e refrões mais concisos. Barry Walters, colunista da SPIN, afirma que Do It Again é “um comentário sagaz sobre o tema ‘YOLO’ (em inglês: You Only Live Once, uma espécie de ‘Carpe Diem’ da nova geração) das recentes obras de Kesha, Gaga, Rihanna, Miley e Icona Pop”. Em seguida, ouve-se Every Little Thing, o momento de melancolia em meio a esse espetáculo dançante, com o trio trabalhando em harmonia entre os vocais de Robyn e o “sampleamento” conciso do Röyksopp. Por fim, Inside the Idle Hour Club, uma faixa basicamente instrumental que faz lembrar muito os trabalhos dos alemães do Kraftwerk, transcorre por 10 minutos, dando fechamento — e cara de fim de festa — ao disco.

Do It Again é um artefato generoso da união entre Röyksopp e Robyn, que “abusa da extravagância” (Marc Hogan, colunista da Pitchfork). No geral, o álbum é uma expedição para todos os envolvidos, sendo uma coleção sólida de cinco músicas diferentes, que ressaltam o fervor entoado tantas vezes por Robyn: “it hurts so good”.



Röyksopp & Robyn – iTunes 

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