sábado, 2 de julho de 2011

A infraestrutura e a UFFS


Por Andrei Vanin (Filosofia/Erechim)

A infraestrutura é parte essencial na formação de qualquer instituição. O espaço físico tem importante papel, visto todas as atividades serem desenvolvidas ali. Contudo, a UFFS, quando criada institucionalmente, não teve uma infraestrutura própria. Para tanto, alugou espaços que pudessem, ao menos emergencialmente, suprir as necessidades de espaço da instituição. No campus de Erechim, alugou-se o Seminário de Fátima. 

No primeiro ano de criação da Universidade, tinha-se no campus cerca de 400 alunos, entre os turnos diurno e noturno. Deste modo, o espaço ali disponível comportava (razoavelmente) todos. Porém, neste ano, com ingresso de novos alunos, o espaço ficou insuficiente e houve a necessidade de alugar outro espaço - a Escola Estadual Érico Veríssimo, que fica em torno de uma quadra do Seminário.

Não obstante, a infraestrutura ali disponível não comporta de maneira alguma as necessidades, pois não há, por exemplo, salas específicas, como para o curso de Arquitetura e Urbanismo. Visto a necessidade de salas para confecção de maquetes, entre outras coisas, muitas vezes os alunos dividem sala com o laboratório de informática para a confecção de maquetes. Os trabalhos realizados ficam sobre cadeiras no hall ou corredores que dão acesso às salas de aula. Os demais cursos também sofrem: falta de salas de aulas, salas com acústica inadequada, pouca ventilação, barulho, etc. O campus ainda carece de salas quando ocorrem grupos de estudos, pois estas devem estar previamente agendadas para que se possa ocupá-las - e são poucas. Assim, muitas vezes os grupos se reúnem em corredores ou salas de aula de professores para a discussão.

Todavia, a área alugada pela UFFS e a parceria com o Seminário de Fátima colaboram ou fazem o possível para que a Universidade consiga desempenhar as atividades, sendo que existe estacionamento com segurança e fácil acesso. Também neste ano estão sendo construídas mais salas ao lado da atual estrutura, para suprir as demandas antes citadas da Universidade. A expectativa, porém, era de que as salas estariam prontas até o final do mês de junho. 

Já na escola do Érico Veríssimo, a situação é mais constrangedora. Há também estacionamento, porém a entrada da Universidade para os carros não é sinalizada, não há espaço para retornos. Já na parte interna, as salas têm uma melhor acústica, porém às vezes elas estão sujas e bagunçadas. A direção da escola, inclusive, pediu para que os alunos, ao saírem da aula, deixassem organizadas as salas - visto que pela manhã haveria aula e a escola não há pessoal disponível para sua organização. Mas o pior e que agrava a situação é o barulho, pois à noite a escola tem turmas de Ensino Médio que estão ao lado das salas: quando estas turmas têm intervalo, o barulho é demasiado - muitas vezes, os professores precisam pedir silêncio para prosseguirem com as aulas. 

Todos os problemas citados acima são agravados na medida em que se divide a Universidade em dois espaços diferentes. No Seminário, onde fica a UFFS, está a empresa de fotocópia, a Biblioteca, a Secretaria, as salas de aula, o Setor de Assuntos Estudantis - toda a parte “administrativa” está ali. No Érico, estão apenas as salas de aula, e o pior de tudo é que dias tem-se aula no Érico, dias no Seminário. Ao que parece, o fato de estarmos na mesma Universidade e termos que estarmos nos dirigindo a diversos lugares incomoda, até desanima. No começo do semestre houve uma grande dificuldade em adaptar-se, parecíamos seres “nômades”: na segunda tem-se aula em um lugar, na quarta em outro, e assim por diante. Quando estamos no Érico, estamos longe ou incapacitados de pesquisas ou consultas mesmo que breves à Biblioteca, ao material para fotocópias, às informações que a Universidade disponibiliza nos murais, etc.

A expectativa para a entrega do campus de Erechim é final de 2012, mas ano que vem já ingressarão na Universidade novos alunos e não haverá lugares mais nesses dois espaços. Onde iremos estudar? Também cabe ressaltar que com a construção do campus na BR 153, praticamente todos os alunos dependerão de transporte para se locomover até lá. Há alguma proposta para isso da Universidade? Cabe também perguntar se o acesso até lá será facilitado. 

São todas interrogações que deixam os atuais alunos preocupados (e também os que virão a ingressar na Universidade). Até então, trata-se somente de preocupação . O problema é quando a infraestrutura começa a desmotivar e se tornar um caos. Não estamos muito longe disto.

4 comentários:

  1. É pertinente observarmos e ficarmos atentos a infraestrutura da UFFS, especialmente do campi de Erechim, visto a deficiência de espaços físicos adequados para a continuidade das aulas e o bom funcionamento da Universidade como um todo. Cabe também a nova diretoria do DCE, procurar junto aos alunos cobrar das pessoas responsáveis isto. Não obstante, ir já preparando ou articulando propostas que possam gerar e suprir as demandas da Universidade, como transporte, restaurante, moradia, enfim. Muitas vezes ficamos muito presos aos estudos e não nos damos conta que a Universidade pode vir a ter graves problemas num futuro não muito distante, pela ineficiência ou desatenção e futuramente até mesmo um descaso com a estrutura da Universidade. É visívil já o atraso nas salas que o seminário estão construindo para o semestre que vem. Não temos a certeza que as mesmas ficarão prontas.

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  2. Texto:
    "a UFFS, quando criada institucionalmente, não teve uma infraestrutura própria". dá pra entender o que vc está dizendo, mas não é correta essa forma. A UFFS foi criada institucionalmente em 15/09/09 quando o presidente assinou a lei. O que teve início em 2010 foi o processo de implementação da universidade que, institucionalmente, já existia.
    "No primeiro ano de criação". idem. é de implementação.
    "barulho, etc." não se utiliza vírgula antes de "etc", já que não se recomenda o uso de vírgula antes de conjunção coordenativa.
    "estão sendo construídas mais salas". realmente, só está sendo construída uma sala. pelo que escutamos nos corredores, serão tres no novo prédio, mas duas deixarão de existir no seminário...
    "A expectativa, porém, era de que as salas estariam prontas até o final do mês de junho." Tb pelo que escutamos nos corredores, a expectativa era que as salas estariam prontas para o início das aulas no primeiro semestre.
    "termos que estarmos nos dirigindo". isso é vício de atendente de telemarketing. rsrsrs Podes dizer "termos que nos dirigir".
    "fotocópias, as informações". falta a crase no "as".
    "A expectativa para a entrega do campus de Erechim é final de 2012". A expectativa é já termos aulas no campus em 2012/1, segundo os comentários de alguns profs.
    "Há alguma proposta para isso da Universidade?". pelo q falam os profs, a questão do transporte é da competência da prefeitura. a universidade não tem como intervir nisso. a princípio, a prefeitura havia previsto uma linha de ônibus para lá, mas depende dos donos do urbano decidirem...

    Comentário:
    "a infraestrutura da UFFS, especialmente do campi de Erechim". Falta a crase no "a". além disso, o correto não é "campus"?
    "É visívil". é "visívEl" :p
    "o atraso nas salas que o seminário estão construindo". Acho que a obra é de responsabilidade da cúria, não da UFFS, infelizmente. Além disso "que o semináro estão" fica muito feio. :p

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  3. Sobre o comentário do anônimo ao texto:
    - "criada" é uma forma para se referir à implemementação e , ao que parece, o leitor tem capacidade de fazer inferências pragmáticas e entender do que se trata;
    - gramática não é matemática e o leitor deveria saber que o uso do "etc" é bastante discutido. Não quero debater o latinismo e o uso do "et" (que excluiria a necessidade de vírgula) mas sim que se trata de USO E VARIAÇÃO, MESMO DA NORMA CULTA. Se for optar pelos "clássicos lusitanos", o gramático poderá achar a forma com vírgula muito mais rápido do qu gostaria;
    - qto às "salas", o Andrei não escreveu "salas de aula". O leitor cometeu um equívoco;
    - sobre as expectativas, é preciso dizer que o texto foi escrito no final do maio e essas foram as informações que o acadêmico obteve. Qto à entrega do campus, é bom que se diga que as informações circulam de forma menos otimista e essa é a posição do autor;sobre o transporte, o acadêmico notadamente usou uma forma interrogativa e não fez afirmações;
    - o vício do telemarketing está lá,realmente dispensável; devo dizer ao leitor, todavia, que não é erro gramatical;
    - a crase está arrumada. Ela inclusive está numa sentença com crases corretamente utilizadas em estruturas semelhantes, o que me faz pensar em problema de digitação. De todo modo, obrigado pelo apontamento.

    Qto aos comentários, é preciso dizer que devem ser lidos na "liberdade" da internet, a mesma liberdade que fez o leitor não utilizar maiúsculas ou usar "rsrs" para expressar seus "risos".

    Professor Atílio

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  4. Agora sim, o texto final:

    Sou leitor do Comunica – Erechim desde suas primeiras postagens. O projeto sempre contou e, ressalte-se, conta com um excelente nível de argumentação de seus autores. Em nenhum texto, encontra-se algo infundado ou demeritório. As informações divulgadas são sempre relevantes aos que participam da vida do campus.

    Sou também professor do acadêmico Andrei. Tenho o prazer de atestar sua excelência nas disciplinas que cursou comigo. É um aluno como poucos, cuja akribia é notável! Sempre muito atento às aulas, participa e realiza intervenções pertinentes.

    O que não me agrada em absoluto é perceber como, se utilizando do anonimato propiciado pela internet, as pessoas são capazes de escrever textos sem motivo outro que se divertir. Críticas são sempre interessantes quando possuem uma finalidade construtiva. Criticar por mera diversão é o mesmo que zurrar ao jumento...

    Além disso, visto o sr. “Anônimo” se apresentar como grande conhecedor de gramática, deveria também estar ciente de serem diferentes os registros de linguagem utilizados em teses, dissertações, postagens em “blogs”, comentários de postagens em “blogs”, dentre outras modalidades de texto. Querer ver o mundo por meio de uma única ótica é o mesmo que ter antolhos.

    Por fim, já que o sr. “Anônimo” parece ser versado em latim, um lembrete: quod licet Jovi, non licet bovi.

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