A UFFS, por ser uma Universidade “nova”, ainda carece de algumas estruturas e até mesmo de experiência em algumas áreas. Temos que ter em vista o caráter provisório das instalações e certas carências que esta vem sofrendo, como de fotocopiadoras e outros. Da perspectiva discente, cabe ressaltarmos que o DCE eleito há poucos meses tem influenciado ou se dedicado a buscar soluções junto à direção do campus. Não obstante os esforços, nem sempre – até mesmo por forças burocráticas a que uma instituição está submetida – as soluções ou os resultados não são imediatos. Escrevo isso para ressaltar a pertinência que a união dos estudantes deve exercer junto ao campus.
Nas primeiras semanas de aula, algo chamou atenção de todos: cartazes pendurados nas paredes de nosso campus, de caráter crítico e tomados de sarcasmo. Não pretendo discordar totalmente do que os cartazes manifestam; porém, criticar bolsas e auxílios é, na minha opinião, um tanto equivocado. E por dois motivos muito simples. O primeiro é que desconheço Universidade que em seu segundo ano de funcionamento consiga - ou conseguiu - contemplar praticamente todos os alunos com bolsas de iniciação cientifica e permanência, bem como auxílios. O segundo é que um “incentivo financeiro” é nada mais que uma complementação do objetivo que o Ensino Superior tem, ou seja, o enfoque na pesquisa e na extensão. Assim, soa estranho manifestar-se contra bolsas e auxílios. Hoje, quase todos os alunos participam de um ou outro Projeto de Extensão ou Pesquisa, sendo muitos deles remunerados e com um valor relativamente bom. Se somarmos bolsa de iniciação mais auxílios, beiramos a faixa de um salário mínimo. Acho, pois, inoportuno escrevermos em cartazes “bolsa miséria”. Talvez, nesse momento, é o que de melhor a Universidade consiga oferecer a seus alunos.
Entretanto, algumas manifestações devem ser feitas sim. Até para não pensarmos que a Universidade está uma "maravilha". A infraestrutura ainda é deficitária, mas é de caráter provisório - apenas no dia 15 de agosto “inauguradas” as salas que estavam sendo construídas ao lado da atual estrutura do seminário – finalmente.
Também devemos nos preocupar com a estrutura definitiva – em fase de construção – na BR 153: o prazo de entrega, as mudanças na rodovia para acesso à Universidade, o RU, alojamentos para estudantes e afins.
Por fim, se nós alunos ficarmos “disputando” forças, ao invés de formamos uma só e que seja sólida e tenha voz, não teremos força para lutar por nossos interesses. O fato de termos ideais diferentes não é o melhor argumento para dividirmos e ignorarmos uma tentativa de união. Sendo assim, os coordenadores do DCE e o grupo de alunos que confeccionou os cartazes deveriam, juntos, buscar soluções e propostas para solucionar as questões políticas entre os discentes, para então se buscar alternativas para as carências e deficiências que a Universidade vem enfrentando. O importante é que o Ensino, a Pesquisa e a Extensão não sejam prejudicados e que notemos melhoras nestas reivindicações que estão sendo feitas. Ao DCE e aos alunos mais “revolucionários”, nosso desejo de boas lutas para o bem da Universidade.
Olá Andrei,
ResponderExcluirMuito bom o texto! Penso que você foi no ponto certo!
Gostaria só de resslatar que a discussão quanto ao espaço físico para 2012/01 figura como ponto de pauta da próxima reunião do Conselho de Campus, a realizar-se no próximo dia 29/08. Ressalto ainda que o Conselho de Campus não possui representação discente por uma escolha - legitima, porém pouco inteligente, a meu ver - do próprio corpo discente, que optou por não indicar representante no final do ano passado. Vê-se agora como a ausência de representação do alunato vem a prejudicar os próprios alunos...
Abraço,
Thiago Leite
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ResponderExcluirPor pensar nas carências das estruturas provisórias, entendemos que devemos fazer a nossa parte de maneira ativa das discussões sobre a estruturação das políticas de permanência estudantil, discutindo diferentes visões sobre o assunto. É a partir dessa base que se originou essa discussão e a manifestação por cartazes.
ResponderExcluirMesmo com nossos compromissos, achamos necessário dedicar um tempo a esclarecer AOS NOSSOS COLEGAS ACADÊMICOS leitores desse blog:
1 - Os cartazes foram feitos com base em uma discussão autônoma de um grupo de estudantes, sem participação de integrantes do DCE.
2 – Os cartazes não foram direcionados contra as bolsas e os auxílios, e sim questionaram seus valores frente às reais necessidades e realidades dos estudantes.
3 – O fato de haver bolsa para muitos alunos é específico e sintomático. O contexto da Educação Superior pública no Brasil vêm de uma tentativa de reestruturação. A política de bolsas é uma forma de tentar garantir a permanência dos estudantes, porém existem outras formas ligadas à estruturação como um Restaurante Universitário, a Casa do Estudante, etc. De acordo com a realidade econômica atual de estudantes universitários de outras instituições, o valor das bolsas deveria dar suporte juntamente com uma estrutura adequada (para que o estudante possa ter uma formação de qualidade, participando de congressos, adquirindo livros, etc).
4 - A questão de bolsas e auxílios não pode ser generalizada. Nesse contexto, uma estruturação física ajudaria muito nos esforços já feitos para atender às dificuldades apresentadas aos alunos em termos de permanência.
Lembramos que muitos serviços prestados nas outras universidades para melhor atender as necessidades dos estudantes, partiu da iniciativa e mobilização dos próprios estudantes, como se pode observar nas demandas dos estudantes que ocupam a Reitoria da UFSM, os quais pedem aumento no valor das bolsas, mesmo tendo uma estrutura que facilite seu custo de vida.
Diante desse contexto de mal-entendidos e desinformações, chamamos todos os acadêmicos a participar de uma reunião, no dia 14/09, às 15h, na sala 03 (anexo), sobre a moradia estudantil. Estão convidados representantes de escolas, universidades (DCE'S), movimentos sociais, Orçamento Participativo, etc.
Olá, bem quanto ao ponto nº 1 do comentário do "Movimento Estudantil, Libertário e Combativo", em momento algum o texto expressa ou teve a intenção de afirmar que os cartazes foram produzidos com a participação de integrantes do DCE, acho o ponto um dispensável - nada esclarecedor. Quanto ao ponto nº 2 há que se levar em consideração que a escrita pode sofrer várias interpretações, gostaria de um esclarecimento se em outras universidades o valor das bolsas é maior, e se esse valor é baixo que estipulem um valor que "queiram" receber para tal, metade do salário de professores talvez... Quanto as necessidades e "realidade" penso novamente que bolsa é um auxílio, não uma renda - talvez devam pensar nisso. Quanto ao nº 3, devo concordar com a necessidade do RU e do alojamento, mas a Universidade está dando todo o aparato para participação em congressos. Não obstante, se a Universidade não tem nem uma estrutura física para aulas ainda completa ou propria, como vai ter RU e casa dos estudantes... Talvez ela alugue um hotel para os estudantes... Mas deve-se lutar sim pelo RU e pelo alojamento para que quando tivermos o campus próprio eles já possam existir. Ao ponto 4º o texto não teve a intenção de "generalizar" bolsas e auxílios, mas de fato a maioria dos estudantes possui uma bolsa ou um auxílio. Quanto as melhoras na Universidade, talvez ao invés de vocês pensarem apenas em um grupo e fazerem essas reinvindicações por conta deveriam se unir ao DCE, para aí sim mobilizar todos os estudantes e não apenas uma parte que pensa de forma "revolucionária e um tanto quanto marxista". Penso também não haver mal-entendidos e desinformações pelo eslarecimento que escrevo agora. Legal a ideia da reunião, mas não sei se é o melhor horário. Também gostaria de pedir esclarecimento ao por que no momento da eleição das chapas do DCE os integrantes desse "movimento" não se candidataram e vieram a se manifestar somente após o DCE estar eleito...
ResponderExcluirAbraço
Andrei Vanin