quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Inclusão social: oficinas para surdos

Por Selí Teresinha Leite (Geografia/Licenciatura-Erechim)

Mesmo com Leis garantindo alguns direitos de inclusão sócio-cultural aos alunos com necessidades especiais, o que percebemos é que, na maioria dos casos, as pessoas não têm esse direito cumprido. Algumas vezes, isso acontecendo porque nem mesmo as escolas estão preparadas para trabalhar com estas pessoas, não sabendo ao certo como incluí-las diante das adversidades encontradas.

Com o intuito de auxiliar na inclusão de alunos com necessidades especiais, a UFFS-Erechim, sob coordenação da profª Núbia Saraiva Ferreira Rech e da intérprete de língua de sinais, Carmem Elisabete de Oliveira, criou o projeto de extensão “O ensino de leitura e produção escrita para estudantes surdos nas séries finais do Ensino Fundamental: uma proposta de trabalho com oficinas”. Além das coordenadoras, o projeto conta com duas bolsistas de extensão (Paola Vichianoski e Fabiane Pizzato) e três professores colaboradores: dois da UFFS-Erechim e uma da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Segundo a professora Núbia, em entrevista ao Comunica, um dos objetivos do projeto é fazer com que o aluno consiga desenvolver a consciência linguística para que possa agir como sujeito construtor na leitura e escrita. O projeto fez parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (APADA) para que as oficinas, que ocorrem quinzenalmente, fossem ministradas em ambiente “adequado as particularidades linguísticas dos surdos”, possibilitando uma maior interação do que na escola convencional. A profª Núbia enfatizou que, embora tenham dinâmicas diferentes, as oficinas são sempre sobre “contos literários e trabalham questões referentes à leitura e escrita em Língua Portuguesa”. Neste momento, as atividades estão sendo aplicadas somente aos alunos surdos para melhor qualificá-los no ensino inclusivo em que estão inseridos.

Oficinas realizadas na APADA


Por fim, a professora afirmou que além das oficinas, será produzido material para auxiliar “no (re)pensar o trabalho com a leitura e escrita em Língua Portuguesa, assim como promover mini-cursos aos professores da rede estadual e municipal e às famílias de estudantes surdos sobre temas como aquisição e desenvolvimento linguístico, desenvolvimento cognitivo e políticas de inclusão e legislação”.



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