Por Daniele Jaqueline Dresseno (Filosofia/Erechim)
A legislação brasileira assegura o direito aos portadores de necessidades especiais. O Ministério de Educação e Cultura (MEC) considera o que está disposto nas seguintes leis: nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, nº 10.098/2000, nº 8069/90, nº 7.853/89. Em sua página, o MEC disponibiliza tais leis, além de alguns decretos, portarias e documentos internacionais sobre o assunto. Quando tais documentos são lidos, nota-se o quanto é descumprido o apoio ao que necessita de auxílio. O que se percebe é que as escolas (nível básico) e as Universidades estão despreparadas pra receberem os alunos, com necessidades especiais.
Preocupada com a questão da inclusão, a UFFS, Campus Erechim, possui uma intérprete de LIBRAS, considerada a primeira língua para os surdos brasileiros, segundo a lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Uma das ações do Campus é a execução de projetos de pesquisa e extensão, os quais vêm tentando modificar realidade da inclusão. Um desses projetos de extensão é desenvolvido com os acadêmicos dos cursos de Pedagogia e História. O projeto foi idealizado pela técnica Carmen Elisabete de Oliveira (Técnica Intérprete/Tradutora de Linguagem de Sinais) e pela prof. Dra. Núbia Saraiva Ferreira Rech, coordenadora. Segundo a intérprete Carmen, os objetivos do projeto são: desenvolver e aplicar atividades que visem ao aprimoramento do ensino-aprendizagem de leitura e escrita em Língua Portuguesa para estudantes surdos; possibilitar aos alunos dos cursos de licenciatura a participação em projetos de extensão que visem a contribuir na qualificação dos futuros professores; estimular a integração da educação superior com a educação básica, possibilitando aos alunos o estabelecimento de relações entre a teoria e a prática, estimulando a parceria entre instituições de ensino e, por último, conscientizar, instigar e capacitar os estudantes dos cursos de licenciatura a atuarem no processo de educação inclusiva.
Embora algumas das atividades do projeto estejam previstas no Campus, a fim de que os estudantes surdos conheçam e interajam com os espaços da UFFS, Carmen destaca que o projeto “não possui a finalidade de facilitar a inclusão dos estudantes surdos na instituição”. Além das oficinas para esses estudantes, haverá minicursos aos professores da rede pública (estadual/municipal) e às famílias dos surdos sobre temas relativos ao projeto. Os minicursos terão as seguintes temáticas: aquisição e desenvolvimento linguístico, desenvolvimento cognitivo e políticas de inclusão e legislação, relação escola e família. Antes da execução do projeto, a equipe de bolsistas participou de um curso básico de Libras, na primeira semana de junho, com a técnica/intérprete Carmen.
O projeto conta com as seguintes bolsistas: Deivane Dariva, Fabiane Pizzato, Paola Vichianoski Martins e Indiara Kasperoski. Além da professora Núbia e da técnica Carmen, o projeto conta com colaboradores do corpo técnico e docente do Campus e com membros da comunidade externa: Gabriel Nagatani (técnico); Ivone Maria Mendes da Silva (docente de Pedagogia); Maria Sílvia Cristófoli (docente de Pedagogia); Ana Regina Souza Campello (Docente Letras-Libras) e Nadir Pereira da Silva (APADA/ Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos).
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